segunda-feira, 2 de abril de 2012

NOSTALGIA

   Senti uns arrepios ontem à noite, uma grande nostalgia me arrebanhou ao lembrar de minha juventude... Ai como foi bom aquele sentimento ao assistir o cantor CELSO ADOLFO, ontem na TV Senado, sendo entrevistado por Beto Almeida e contando os seus 30 (trinta) anos de carreira e falando do novo CD Estrada Real de Vila Rica.


   Como vocês sabem ele é mineiro, contou que de São Domingos do Prata, um verdadeiro poeta, adorador de suas terras - as Minas Gerais, que são cantadas nas suas canções com linda poesia.


   Ele contou que em 1978 compôs a bela canção Canto Brasileiro, numa prancheta de seu local de trabalho. Falou com tanto carinho do lugar em que trabalhava, que me reportou a esse mesmo tempo em que eu participei umas poucas vezes de sua leve companhia como colega de trabalho. 


   Trabalhávamos na mesma empresa e era observável que ele se diferenciava dos outros rapazes; solto, sempre de bom humor e com seu jeito característico de lidar com as palavras. Eu lembrei de quanto eu era ingênua, nos meus 18 ou 19 anos e ele tão à frente de seu tempo nos seus sonhos e no seu lirismo.


   Sua companhia era muito agradável; ele tinha sempre que passar pelo meu setor para ir ou sair do setor dele. Uma vez eu o pedi que me levasse a uma loja para comprar uma sandália idêntica à que ele tinha, num estilo hippie que eu gostava muito. Fomos e eu me lembro bem  da tarde prazerosa que passamos juntos. 


   Ele, até chegarmos à loja, parava em tudo quanto era lugar que vendia discos... e comprava alguns... dizia que adorava tocar o violão e escutar as canções no cantinho do quarto. Também tinha uma mania que eu achava super engraçada... para ele todas as mulheres eram Isabel (ou Maria Isabel??? não me lembro bem). Senti que compartilhei  de um breve momento de sua vida. Depois fomos por caminhos diversos. Ele o disse na entrevista "vim com essa missão de fazer canções, músicas e dela não faltarei". 


   Ali estava ele, na minha frente, com seus cabelos grisalhos, encaracolados, um homem que encontrou seu caminho, falando com carinho da esposa e de sua história. Ah, nada como a maturidade! Ele contou como surgiram várias de suas canções: Terras Altas da Mantiqueira, Barcarolas de Lisboa, Canoa do Guacuí, e a mais antiga "Nós Dois" . Ele cantou trechos e ao cantar Canoa do Guacuí, foi ele cantando e eu com vontade de chorar e o peito dolorido... Quanta musicalidade da nossa querida terra Minas Gerais. Passei bons momentos de lembranças assistindo à sua entrevista. Deu muita saudade!!!  Vou ouvir suas canções e relembrar sempre!!!

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