domingo, 4 de agosto de 2013

SILÊNCIO É TIGRE DOMADO!

   

   Fiquei sozinha por algum tempo em casa. Que delícia sentir o silêncio a permear cada canto da casa e respirar sossego, calma, contemplação da aparente leveza momentânea. Digo isso porque numa cidade grande é difícil ficar completamente num silêncio.

   A tarde estava começando a findar-se, e ao fundo, a canção da Ave Maria dava a graduação ao estado d'alma. Muito bom! Eu adoro ficar sozinha quando é possível, para sentir-me inteira e comigo mesma. Repensando coisas ou não pensando em nada! Sem compromissos.

   Fiquei quase o dia inteiro a preocupar-me em limpar livros da estante, que andavam me pedindo limpeza. E a cada cuidado com determinado livro, lá ia eu folheá-lo e aquela escrita tomava novo sentido à leitura que no passado fiz. E assim, as horas voaram e não dei conta de terminar a encomenda. Enquanto fazia a faxina, descobri um texto bem legal que tinha retirado da revista Bem Viver da Gol, que não anotei a data, mas já tem muito tempo.

   O artigo é de Márcia De Luca e fala sobre o sofrimento. Gostei da temática e como já pontuei sobre o silêncio, dar continuidade com o tema do sofrimento pode ser salutar. Ela enfatizou que abraçar nossos medos em vez de fugir é uma boa maneira de acabar com eles. E contou a história de um grande sábio indiano, que de tão interessante para análise e reflexão, vou transcrever: "Um grande sábio indiano disse uma vez: se você conseguir enfrentar o tigre da vida, poderá conseguir tudo o que quiser. Mas o que é esse animal feroz, que ao ser domado nos garante o bem viver? É o sofrimento, que precisa ser encarado de maneira saudável e positiva."

   Quantas vezes fugimos da necessidade de enfrentar os sofrimentos, principalmente os que nos afligem existencialmente. Pensamos que estando longe eles nos darão sossego, e eis que: mesmo longe, nos acossam, trazendo grande angústia e ansiedade ao nosso bem estar diário. 

   Eu valorizo muito o sofrimento, por mais doloroso que seja, o seu enfrentamento traz à pessoa ao real comprometimento com a vida, com a maturidade. A autora diz que trazê-lo para junto de si vai fazê-lo desaparecer: "...Apenas quando aceitamos nossos medos e inseguranças é que eles desaparecem...". 

   Como podemos chegar a isso? Buscando o autoconhecimento vamos estar mais próximos de analisar o que nos causa dor, através da sua compreensão seremos capazes de entender o que se passa e tomar novas atitudes frente a realidade, se terá novas ferramentas para a sua neutralização que não seja a fuga. O medo acompanha o homem em sua existência e só o seu enfrentamento torna-o um animal de estimação.

   Aí sim, vai entender o ficar em silêncio, em paz com os deuses e consigo mesma (o)!!! 

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