sábado, 24 de março de 2012

CORES FORTES!!!

   Nem percebi que a semana passou tão rápido e só tinha postado no domingo, quase uma semana... O tempo voa, mesmo! A minha semana começou ativa... Estou em plena atividade num trabalho de voluntariado como psicóloga. Me sentindo verdadeiramente uma cidadã... Contribuindo com o que tenho a oferecer, meus préstimos como aquela que escuta e respeita o outro nas suas angústias. E como todos nós sabemos o que não faltam são pessoas sedentas por um ouvido.

   Como os novos tempos têm trazido a solidão, a individualidade, a falta de solidariedade pelo problema do outro, a falta de disponibilidade, de amizade... Tempos estes mais para o ter do que para o ser. É tão triste esta percepção e a confirmação pelas falas. O que se poderá fazer para transformar tal realidade?

   No domingo assisti a duas fitas muito interessantes, pela terceira ou quarta vez (o que não é novidade nenhuma). O primeiro foi "Como Água para Elefantes", filme de 2011 e o outro de 1999, do Almodôvar, "Tudo Sobre Minha Mãe". Excelentes.

   "Como água para elefantes" aborda a questão da busca do amor verdadeiro, num tom mais romântico e de intensa sensibilidade de ambos os amantes. A história do rapaz que perde seus pais em acidente de trânsito, no dia dos testes para a formação como veterinário. O acontecimento desnorteia sua realidade e ele parte para novas experiências. Encontra um circo pelo caminho e recomeça nova trajetória de vida, ao lado de pessoas que têm naquele lugar o seu lar.

   O rapaz encontra a mulher de seus sonhos, mas ela pertence a outro, ao dono do circo, muito cruel e covarde, tanto com as pessoas como com animais. Chega para o circo uma linda elefanta, de nome Rose, que o rapaz passa a cuidar e amar. O dono do circo a maltrata demasiado, querendo mostrar quem tem o poder ali.

   Os dias e as apresentações para o público vão correndo e os lances entre o jovem e a mulher são perfeitamente visíveis ao olhar atento... Olhar que o dono do circo possui e trata de destruir tais lances.  As cenas de destruição finalizam a triste história de um grupo circense, com a morte do dono do circo pela elefanta durante tentativa dele matar a esposa.

   Finalmente o jovem e a mulher podem escolher o caminho; ele retorna aos estudos, se forma e têm a vida familiar que sonharam. Ele, já velho, encerra o filme dizendo que teve uma boa vida ao lado da mulher amada e que deu a ela o que tinha prometido.

   Já o "Tudo sobre minha mãe" é um filme belíssimo e triste, pois trata da dor de perder um filho. Aquela mulher (Nazaré?) dolorida tenta resgatar seu passado em nome do filho Esteban. Mesmo nome do pai, o qual ele nunca teve conhecimento da existência. O pai, hoje, um travesti de nome Lola, continua exercendo também seus impulsos sexuais masculinos e engravida uma freira, vivida por Penélope Cruz. Ela descobre estar com AIDS, tal qual Lola. Após dar à luz ao bebê, ela morre e Nazaré é quem vai tomar conta do neto. O desenrolar do filme é emocionante, o Almodôvar traz cores fortes ao cenário, cores que dão outra dimensão às cenas. E como disse o crítico, ele em momento algum deixa de tratar com carinho as personagens, não há julgamentos. Realmente seus filmes são sempre surpreendentes... Nunca beiram a banalidade... Lindo... Vale a pena sempre rever!!!

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