terça-feira, 6 de março de 2012

JEITO AMINEIRADO... UAI!

   Estávamos três conhecidas conversando animadamente, iniciando uma nova amizade e, nessas horas, mulher gosta de falar, né! Chegamos no item comida e uma delas comentou que comia pouco. Eu respondi: "você come esse tiquinho porque seu estômago deve ser pequeno..." Quando, sem mais, nem menos, vejo uma delas rindo muito!!! Achou engraçado eu falar "tiquinho" e disse: eta fala de mineira, heim!


   Rimos as três da situação. Como boa mineira respondi que adoro o meu jeito amineirado de falar e que quero permanecer assim. Falo muito "trem" (acho que não existe em Minas quem fale mais "trem" do que eu... Tudo pra mim é trem); "tiquinho"; uai; ...  Eu gosto do meu jeito de falar assim. As duas concordaram e confirmaram  que, ambas, também não eram diferentes... Adoram falar o nosso jeito amineirado. Aí lembramos da frase: "On co tô? On co vô?" (Onde eu estou? onde eu vou?) que ficou famosa devido a peça de teatro do Grupo Galpão.


   Esse resquício da minha infância, na linguagem que ouvia de meus parentes, todos da roça, uns lá pelos lados de Barão de Cocais,em Minas Gerais, e outros, da antiga Goiás, hoje Tocantins. Eu gosto desse meu jeito interiorano que, mesmo com a educação recebida, conservei. 


   Tem coisa melhor do que ser mineira... A questão é que todos amam a sua terra e eu não sou diferente. Aí começamos a falar das Minas Gerais. Comida maravilhosa, diversificada e saborosa como poucas no Brasil... Quem vem a Minas, experimenta e não me deixa mentir. É difícil a competição. Nossa história culinária vem dos primeiros tempos e vem se aprimorando até hoje. E as cidades históricas, as belas cachoeiras, as gentes,...


   Fiquei  mesmo contente foi quando li o Guimarães Rosa, seu livro "O recado do Morro", minha filha tinha lido pro vestibular e eu aproveito as rebarbas... Também leio. Ai, que gostoso, ver lá aquele jeito de falar igual ao da minha infância... eu me senti homenageada e feliz com aquele sotaque interiorano. Rememorei momentos e senti muita saudade. 


   Nós três concordamos que era muito triste saber que nossos filhos vão perdendo esse sotaque delicioso, meio cantado... É mesmo uma pena!!!

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