sábado, 3 de março de 2012

PRETO E BRANCO

   Ontem assisti ao filme O ARTISTA, 2011, vencedor de Oscar, no Cine Belas Artes. Um filme mudo que conta a história de um ator famoso e admirado naqueles tempos (tem o estilo do Rodolfo Valentino - eu acho). Rico, vaidoso, muito narcisista, se acha insubstituível. 


   Mas as regras do mercado cinematográfico mostra a sua cara - que é o descarte do antigo pelo novo (vemos isso constantemente) e ele é dispensado. O ator não aceita bem a mudança dos tempos; parece estar vivendo a transição do cinema mudo para o falado e aposta em novos projetos a partir de sua própria produção. Não alcança êxito. Fracassa e  perde tudo que possuía. Entra em um processo de autodegradação e afunda nas bebidas.


   Neste ínterim, uma atriz que ele ajudou a despontar alcança o auge no cinema falado e como tinha um sentimento de amor por ele, faz o possível para ajudá-lo nesta fase.  Em um momento isso vem à tona, e ele vaidoso, pensa em resgatar a sua dignidade, suicidando-se. A atriz vai ao seu encontro de forma desvairada, como que ciente do que poderia acontecer e chega antes do trágico. 


   O filme termina no estilo do " ...e viveram felizes para sempre...". O final decepciona um pouco, mas para os românticos não poderia ser outra a resposta ... provavelmente se fosse um filme francês... (descobri... o filme é francês (sic), a conotação é que é hollywoodiana).


   O filme retrata algumas questões interessantes para reflexão: a questão da mudança e a resistência em aceitá-la; o uso do sujeito como objeto; a capacidade que o amor tem em transformar; o orgulho; a vaidade; a falta de humildade; o mercado no comando da vida... Apesar do senão no parágrafo acima, o filme vale a pena ser visto.



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